A vertigem da informação da era on-line desponta como um desdobramento da aceleração da vida, vivida em uma velocidade pós humana, cujo contraponto se encarna no inusitado culto ao tempo congelado – das fotos de ações imperceptíveis a olho nu, passando pelo slow motion até chegar aos livros de autoajuda com receitas para desacelerar a rotina. O que nos leva à angustia desesperada da pilha de jornais não lidos no canto da sala, ou sobre a mesa do escritório, revelando um tempo escoado, cada vez mais roubado por uma literatura invisível, progressivamente onipresente – memorando de escritório, e-mails infindáveis, spams, blogs, manuais de aparelhos, bulas de remédios -, que num horizonte pós corporativo e definitivamente on-line pode se tornar acervo […]