A relevância da informação na mídia do futuro

 
A relevância da informação na mídia do futuro
 

JornalismoUm dia desses (desculpe, mas este post quase foi esquecido no tempo pelo fato de eu nunca ter tempo de finalizá-lo), lendo a newsletter da “Meio & Mensagem”, deparei-me com uma notícia que chamou bastante a atenção: “Circulação das revistas semanais cresce 5,6%”.

Diante de tudo que vemos por aí, como a morte dos jornais impressos, ou do fato de pelo menos estarem à beira do precipício, o cancelamento de revistas nacionais, como foi o caso da Revista da Semana, da Editora Abril, dentre tantas outras notícias sobre aquilo que parecia ser o capítulo final do mercado impresso, a informação publicada chega a ser contraditória.

Porém, logo na chamada temos a explicação óbvia e um pouco frustrante: “A alta do primeiro semestre foi sustentada pelo interesse dos leitores por novelas, bastidores da televisão e vida das celebridades”.

Segundo a notícia, “o melhor desempenho foi novamente dos títulos populares, que avançaram 16%, puxados pela líder Ana Maria, com crescimento igual à média desse nicho: 16%, com média de 219.514 exemplares por semana”.

Na lista, estão na seqüência: Viva Mais (22%, atingindo média de 213.618), Tititi (13%, chegando a 139.394), Malu (17%, com média de 120.762), Minha Novela (14%, marcando 114.705), TV Novelas (66%, atingindo 69.116) e Sou+Eu (26%, com 58.972), quase todas da própria Editora Abril.

A informação acima me fez chegar a conclusão de que as revistas estariam seguindo o mesmo caminho da internet, transformando seu conteúdo informativo em puro entretenimento. Essa talvez seja a convergência midiática agindo no caminho contrário do que nos habituamos a vivenciar.

Segundo o Google Zeitgeist, tem-se que, em 2009, as dez palavras mais buscadas por brasileiros no Google foram, nesta ordem: jogos, orkut, download, youtube, globo, videos, musicas, msn, uol, hotmail.

Não há dúvida de o que faz sucesso na web está direta ou indiretamente ligado a diversão, pirataria, jogos e pornografia (não necessariamente nesta mesma ordem).

Tomaremos como exemplo o website do Universo Online (UOL) que, segundo o Alexa, é o quinto website mais acessado do Brasil, atrás apenas do Google (em português), Orkut, Google (em inglês) e Windows Live/Bing, três mecanismos de busca e um site de relacionamento.

Se analisarmos o destino dos usuários que acessam o site da UOL, ainda segundo os dados do Alexa, 11% vai direto ao Bate Papo, 5,1% ao Vagalume, que aborda o mundo musical e letras de música, 2,9% ao Papa Jogos e 2,5% ao Click Jogos.

Por outro lado, a página de Educação do UOL representa somente 0,1% dos usuários e os demais conteúdos tido como “sérios”, que apresentam informações relevantes, beiram a mesma média de acessos.

Na década de 90, encaramos binarização do conteúdo impresso e agora, dez anos mais tarde, talvez estejamos vislumbrando o processo inverso ocorrendo na tentativa de sobrevivência do papel.

Sou a favor da teoria de que o mercado editorial baseado em impressões esteja próximo de se tornar um mercado de nicho, onde poucos estariam dispostos a pagar pela matéria palpável. Aqui mesmo no blog já falei sobre os jornais sem papel, por exemplo. Porém, o que me preocupa agora não é a forma e sim o conteúdo (ou a falta dele).

Qual será a relevância da informação, se realmente houver alguma, que será abordada na mídia, seja ela qual for, do futuro?

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2 Comentários para “A relevância da informação na mídia do futuro”

  1. Tweets that mention A relevância da informação na mídia do futuro | oJornalista.com -- Topsy.com diz:

    […] This post was mentioned on Twitter by Bruno Cardoso. Bruno Cardoso said: A relevância (ou a falta dela) da informação na mídia do futuro – http://migre.me/8pW1 […]

  2. Leonardo Concon diz:

    Olá, Bruno. Infelizmente, minha escola e carreira profissional se deram dentro das redações, desde o jornal tipográfico, linotipia, fotocomposição, enfim… hoje estamos na blogosfera, e no meu caso, agora com o Blog do Concon, informando praticamente 24h o que os cinco jornais semanais ainda darão na sexta e sábado, e com certeza defasados porque até lá já atualizei os assuntos e informei os leitores que há novidades via Feed e Email.
    Tem razão: poucos pagarão, no futuro, por reportagens palpáveis, jornais de papel. E se pensarmos que devastamos florestas para imprimirmos jornais, sei não..rs.
    Abraços e bom trabalho.
    Leonardo
    Mesmo sendo local, apreciaria sua visita no meu blog.

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Este texto foi impresso do blog oJornalista.com (http://www.ojornalista.com/).

Autor: Bruno Cardoso (bruno@inexato.com).